13 julho, 2010

Desejos.



Sensação de café quente descendo pela garganta em um dia frio, desejo de lençóis novamente encharcados com seu cheiro, desejo de alma encardida de amor. Vontade de pescoço, de boca, de pele enroscada sem previsão de sair. Desejo de tardes ensolaradas, mas em contra partida, saudade da ansiedade por uma história de amor envolvida apenas com chuva e frio.

Mudanças estão acontecendo a todo o momento, a noite ainda está longe de acabar, tão longe que as luzes da cidade ainda não se apagaram, e por mais que seus sonhos viagem há uma neblina espessa que os acompanha, fazendo parecer sempre o mesmo lugar. Sabe, quando querem, os sonhos podem atormentar demais alguém.

Assim, um dia ao olhar seus olhos descobrirá que já é tarde demais, ela vai mudar, vai gostar de coisas que você nunca imaginou, mas como desejos são apenas matéria bruta para ser educada, enquanto não me provem o contrario, com ela aonde quer que vá, será sempre amor.





' Mas de uma coisa eu sabia: cada segundo que eu passava com ela só iria aumentar a dor que eu sentiria depois. Como um viciado com seu suprimento limitado, o dia do ajuste de contas estava chegando. Quanto mais doses eu tomasse agora, mais difícil seria quando meu estoque acabasse. ' . Jacob Black ;

03 julho, 2010

E sorrir assim para você...



Nem o tempo me deixou imune ao desenho de seu rosto, e eu tinha certeza que nenhum aspecto dele deixaria de me surpreender. Meus olhos acompanharam as suas feições pálidas: o quadrado de queixo, a curva suave dos finos lábios – agora retorcidos em um meio sorriso - a linha reta do nariz, o ângulo agudo das maçãs do rosto, o mármore macio da testa – parcialmente oculta por uma mecha de cabelo dourado, escuro como a chuva...

Deixo os olhos para o final, sabendo que, quando olhasse dentro deles, talvez perdesse o fio do pensamento. Eles eram grandes, calorosos como o mar em um belo dia de sol, e emoldurados por uma franja grossa de cílios escuros. Olhar nos seus olhos sempre fazia com que eu me sentisse extraordinária – como se meus ossos tivessem virado esponja.

Me pego sorrindo para você - com os lábios maliciosos e dentes quase afiados o bastante para arrancar as verdades de dentro da sua boca junto com um pouco de saliva, o que tornou tudo isso tão engraçado - mas é esse seu rosto de quem sabe tudo, essa sua criatividade com palavras que acaba com a minha brincadeira de cutucar onça com vara curta, essa coisa de me olhar nos olhos, sério e misterioso, que balança minhas expressões.

E enquanto você que me dizia para não ser assim tão intensa, engulo vícios e sigo costurando verdades em meu coração, logo você que me lambuzou de esperanças e me viu secar no sol de ilusões, me olha assim no fundo dos olhos e não tem nada a me dizer.

Olho para cima, na intenção de fazer um comentário sarcástico, mas seu rosto estava mais perto do que eu esperava. Os olhos eram ardentes, a poucos centímetros de distância, e seu hálito era frio em meus lábios abertos. Eu podia sentir o cheiro dele em minha língua.

Não consegui lembrar a resposta espirituosa que estava prestes a dar. Não conseguia lembrar nem meu nome.




; Um pouco de insônia, misturado com ansiedade.. um bocado de Eclipse de Stephenie Meyer, uns trechos de Abusada de Duanny Evelyn e uma vontade de gritar cretina resultou no texto acima. Por favor, só não esqueçam do comentário. ;D